sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Juazeiro. Raimundão dá calote de R$ 2,5 milhões em servidores

Os servidores temporários da Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte viveram uma situação, no mínimo, constrangedora quando receberam seus contracheques do último mês de julho. O prefeito Raimundo Macedo (PMDB) autorizou o desconta de 30 dias de faltas dos cerca de 2.500 professores temporários. Os servidores receberam os contracheques sem nada a receber.

O caso está sendo denunciado pelo vereador Cláudio Luz (PT), que vai levar a situação vexatória ao Plenário da Câmara Municipal e, em seguida, protocolar a denúncia no Ministério Público do Estado (MPCE). Ao Jornal do Cariri (JC), Cláudio Luz fala em calote de R$ 2,5 milhões, desviados de verba federal, destinada exclusivamente ao pagamento dos professores.

O “Fundeb 60” – 60% dos recursos destinados a estados e municípios pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) – que destina a verba, efetua o pagamento dos professores desde a Creche até o Ensino Médio. Segundo informações, os salários dos professores temporários de Juazeiro variam de R$ 750 a R$ 2 mil.

Segundo o vereador Cláudio Luz, cada servidor temporário assinou um contrato de 12 meses e tem direto a férias, como manda a legislação trabalhista, referendada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas em Juazeiro a realidade é outra. “Se os professores não foram ao trabalho é porque as escolas estão de férias de meio de ano, não porque faltaram às atividades,” argumenta Cláudio Luz.

O vereador chama a atenção, ainda, para o fato do contrato estar vigente e, em julho, nenhum servidor temporário ter sido demitido. Para Cláudio a ausência de demissões e o período de férias escolares demonstram a falsidade da informação prestada pela gestão do prefeito Raimundo Macedo.

Na denúncia enviada ao Ministério Público, o vereador vai pedir a devolução dos recursos para pagamento dos salários dos professores. Na Câmara a denúncia terá uma conotação política e Cláudio vai perguntar ao prefeito onde foi parar o dinheiro, já que, só pode ser destinado ao pagamento dos professores.

Ao JC, Cláudio chegou a afirmar que não duvidaria se o dinheiro fosse encontrado na campanha a reeleição do prefeito Raimundo Macedo. A desconfiança ganhará pedido de investigação na denúncia ao MP.

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